Já se passavam
das três da tarde quando meus companheiros de trabalho chegaram. Primeiro Mark
e depois o casal, Sasha e Nathan. Como eu estava lá desde as 9 da manhã, havia
adiantado muito os itens que Maura Gallagher havia pedido. Estranhei muito a
quantidade de cupcakes e salgadinhos que ela havia encomendado, parecia que
iria dar uma festa para toda a cidade e não uma festa familiar como constava na
ficha. Bom, de qualquer forma, o que só faltava eram os bolinhos de chocolate
assassem para que pudessem serem decorados. Enquanto esperávamos que eles
assasem, Mark brincalhão como sempre, contava para todos como havia sido sua
noite de sexta. Eu não me surpreendi quando ele contou que havia ficado com
algumas mulheres no pub.
- Se você tivesse a mesma determinação que tem
pra pegar mulheres no seu trabalho aposto que seu desempenho seria outro. –
Sasha começou a rir.
- Aplico a mesma determinação nas duas
atividades, não tenho culpa se uma surte mais efeito que a outra. – Ele piscou
e abriu um sorriso perfeito. – Que culpa eu tenho se sou irresistível?
- E humilde. – Nathan complementou irônico.
- É verdade. Mary, você não me acha irresistível?
- Prefiro meus bolinhos de chocolate. – Respondi
contendo um riso.
- O que importa é que as mulheres piram no meu
charme e minha aparência de um surfista de Malibu.
- Da onde você tirou que se parece com um
surfista de Malibu? – Perguntei confusa.
- Olha só meu físico e me diga se eu não pareço. –
Mark sorriu maliciosamente.
Mark
era meu amigo, mas mesmo sendo meu amigo, eu não poderia deixar de notar que
ele era um galã. Seu cabelo negro estava bagunçado naturalmente hoje, o que me
fez pensar que ele não havia penteado o cabelo. Os lábios carnudos estavam
curvados em um sorriso que mostrava seus dentes brancos perfeitos. A camisa com
mangas apesar de cobrir seu peitoral, percebia-se que por baixo daquele pano
existia um abdômen bem definido. Resumindo: Mark era o tipo de cara que atraia
olhares e suspiros por onde passava.
- Tenho uma leve impressão que você se parece com
o Taylor Lautner. – Comentei por fim.
- O que? Aquele cara que fez o lobisomem daquela
saga de vampiros? – Quando eu concordei, ele pôs a mão no queixo e pensou por
um instante. – Não me importaria de ser parecido com ele se eu pudesse ficar
com aquela atriz que ficou com o vampiro no filme.
- Quero o ver arranjar uma namorada assim. Mark,
vou te falar uma coisa: nenhuma mulher quer um homem galinha como namorado. Não
rola confiança, sabe? – Sasha falava enquanto tirava os bolinhos cuidadosamente
do forno e depositava em cima da bancada. – Pega as forminhas para mim, Nathan?
- Para já, chefona.
- Não to a fim de namorar por agora. Você e o
Nathan são loucos.
- Somos apaixonados colega, é diferente. – Nathan
voltou a falar já trazendo as forminhas.
- Amigo, diferença entre apaixonado e louco não
existe.
Nathan
e Sasha deram de ombros com o que seu colega disse e começaram a decorar os
bolinhos enquanto eu e Mark pegávamos as caixinhas com os salgadinhos e doces e
os colocávamos com cuidado na vã branca que levava a logomarca do restaurante.
Ela era utilizada para a entrega de pedidos para eventos. Em uma das nossas
idas e vindas levando os pedidos avistamos Cassandra adentrar a cozinha com seu
ar superior e falar com o casal. Cassandra usava um sobretudo preto e botas de
cano alto igualmente escuras.
- Você e Mark quero que preparem algumas carnes
que trouxe. – Falou olhando para Nathan.
- Mas nós iríamos levar as encomendas até a casa
da senhora Gallagher. – Nathan disse.
- Sasha e Mary podem fazer isso, não estou certa?
– Cassandra olhou fixamente para Sasha.
- Claro. – A ruiva respondeu automaticamente.
- Em fim, estarei no salão com Judith e Annabeth.
Não quero ser incomodada com nenhum problema, estou entendida?
- Sim, senhora. – Sasha e Nathan responderam na
mesma hora.
- Ótimo, os pedidos da Maura já estão prontos?
-Só falta decorar estes últimos bolinhos. – Sasha
respondeu.
- Perfeito. Quero tudo muito perfeito. Maura é
uma cliente muito importante, não quero que se decepcione.
- Tenho certeza que ela não se decepcionará. –
Falei quando já não tinha caixas para levar para a vã.
Cassandra
me olhou dos pés a cabeça e me olhou de uma forma que eu daria tudo para
descobrir o que ela estava pensando. Por fim, ela deu de ombros e fez menção
que iria sair, contudo, parou e voltou-se para mim como quem acabasse de
lembrar uma coisa.
- Assim que você terminar de entregar as encomendas,
pode voltar para casa.
- Sério? Obrigada, Cassandra! Sabe, eu estava
pensando em ir as compras de natal com a Ally e...
- Por favor, não me torture com seus planos para
hoje. Enfim, como já disse, estarei no salão e não quero ser incomoda.
Concordei
com a cabeça e sorri até observar minha madrasta sair da cozinha. Sasha revirou
os olhos com minha atitude e continuou decorando os bolinhos. Mark já ia para
onde Cassandra supostamente havia deixado às carnes que comprara. Eu apenas
ajudei o casal para que terminássemos logo aquela tarefa. Meia hora depois eu
já me encontrava dentro da vã branca escutando qualquer música antiga que se
passava na rádio. O caminho até a casa da senhora Gallagher não demorou muito.
Logo avistei uma casa pintada de branca com alguns detalhes em preto, sua
estrutura me lembrava daquelas casas americanas que eu via nos filmes. Fomos
recepcionadas por uma mulher com cabelos curtos e loiros e os olhos claros, era
bastante simpática.
- Boa tarde... Aqui é a casa de Maura Gallagher? –
Sasha perguntou calmamente.
- É sim. Quem são vocês? – Ela concordou com um sorriso.
- Ela está? – Sasha sorriu de volta. – Somos do
Mullingar Restaurant, ela havia feito um pedido.
- Está falando com ela, querida.
- Prazer senhora Gallagher, a senhora poderia
assinar aqui enquanto pegamos as caixas? – Sasha lhe entregou um papel que
confirmava a entrega dos pedidos.
- Claro, claro. Vocês poderiam colocar as caixas
na cozinha? É só seguir reto e virar à esquerda.
- Sem problemas.
Enquanto
pegávamos as caixas e colocávamos em cima de uma bancada na cozinha, não pude
deixar de notar o quanto a casa me parecia aconchegante. Dentro, as cores
claras predominavam a decoração e a mobilha moderna em tons escuros fazia um
contraste muito bonito. Percebi também que alguns porta retratos em vários
cantos da casa embora eu estivesse curiosa para olhá-los não tive tempo para
isso. Sasha colocou a quinta caixa em cima da bancada quando a senhora
Gallagher apareceu.
- Tem algum dos salgados que eu deva esquentar ou
por algum dos doces em um lugar específico?
- Bom, sim, tem. Esses mouses de chocolate com
morango é bom por na geladeira e... – Sasha pausou e olhou para mim. – Mary?
Você poderia ver se tem mais alguma caixa na vã?
- Ah! Claro, irei dar uma olha, já volto.
Passei
sem pressa pelos corredores e pela sala de estar que dava acesso a saída da residência.
No momento em que atravessei a porta, meu celular vibrou e o que me fez olhar
para o aparelho enquanto andava até a vã e perceber que havia uma nova mensagem
da Ally. Apertei no botão para ler a mensagem, mas antes que eu pudesse saber o
que estava escrito, eu acabei esbarrando em algo que me fez cambalear para trás
e se não fosse por alguém me segurar eu teria caído no gramado. O que me fez
pensar que eu havia esbarrado em alguém, afinal, de quem eram aqueles braços
fortes me segurando impedindo que eu caísse? Abri meus olhos para focar na
pessoa, mas tudo que eu enxergava era azul. Um azul profundo e enigmático. Era
assim que eu descrevi os olhos dele pela primeira vez que os vi tão perto.
O dono do par de safiras tinha uma pele branca
e os cabelos loiros, que deveriam ser pintados, já que dava para ver uma segunda
cor presente rente ao couro cabeludo, porém estavam ocultos debaixo de um boné
branco e vermelho que usava. O falso loiro vestia uma camisa branca e uma
jaqueta marrom que me pareceu bastante quente, trajava também uma calça jeans e
tênis branco. Analisando melhor seu rosto, ele não parecia ter mais de seus dezenove
anos. O que demonstrava que era dois anos mais velho que eu. Ele me fazia
lembrar um anjo, e eu deveria ter ficado com uma cara de besta porque ele me
olhou um pouco preocupado.
- Você está bem? – Sua voz grossa, porém suave
chegou aos meus ouvidos.
- Eu estou bem, sim, obrigada. – Respondi me
desvencilhando de seus braços. – Eu esbarrei em você, não foi? Desculpa, eu
realmente não queria é que...
- Tudo bem. – Ele sorriu e notei que usava
aparelho, mas isso não tornava o sorriso dele menos lindo. – Só tome cuidado,
não é bom andar e olhar o celular ao mesmo tempo.
- Acho que entendi. – Minhas bochechas coraram um
pouco e eu olhei para qualquer outro ponto menos para ele. –Hãm... Obrigada
mais uma fez por me segurar... – Deixei a frase no ar já que eu não sabia o
nome dele.
- Sou Niall. Niall Horan. – O rapaz olhou para
mim estranhamente como se fosse estranho eu não saber o seu nome.
Foi
daí que eu lembrei. Olha o nome dele é
Niall James Horan. Tem 19 anos. Lembrei-me do dia que Ally me mostrou a
foto do cantor daquela boyband que ela tanto gostava. Coloquei minha mão nos
lábios em uma clara expressão de espanto. Niall franziu o cenho, mas depois
relaxou, percebendo que só agora eu havia me dado conta de quem ele realmente
é.
- Você é... Niall Horan da... – Me forcei a lembrar
do nome da banda. – One Direction!
- É sou eu. – Por um momento ele ficou incomodado
com isso, mas passou. – Qual seu nome?
- Mary Jones. – Eu sorri e estendi a mão. –
Prazer em conhecê-lo, minha amiga fala muito de você.
- O prazer é meu, Mary. Aliás, posso te chamar
assim? Mary? – Ele sorriu mais uma vez e nos cumprimentamos. – Sério? Vocês
duas são directioners?
- Hãm... Claro. Prefiro até que me chamem por
Mary. – Não sabia o porque, mas vê-lo sorrir me deu vontade de sorrir também. –
Na verdade... Minha amiga que é fã da banda.
- Você não é?
- Desculpe, mas não.
- Não gosta da nossa música? Ou não gosta da
gente? – Niall parecia um pouco decepcionado.
- Eu gosto da música de vocês, acho bacana, mas
eu prefiro outros cantores. – Fui sincera.
- Ser sincera às vezes dói, sabia? – Niall sorriu
e conteve uma risada.
O
tom de brincadeira em sua pergunta me fez dar uma leve risada, e enquanto ria
acabei vendo um pontinho branco cair entre nós dois. Minha risada foi
diminuindo gradativamente até eu parar completamente de rir e olhar para o céu
assim como Niall. Visualizamos mais pontinhos brancos e estes caíram sobre nós.
Neve. Eram flocos de neve. Abri um
sorriso largo com aquilo, era o que eu mais gostava no inverno. Ver a nele
cair, brincar na neve. O inverno era sim, a melhor época do ano.
- Está nevando. – Comentei algum obviu.
- É, bom, eu preciso entrar. – Niall olhou o
relógio do seu celular e depois para mim. – Você está aqui sozinha?
- Não, eu estou esperando uma amiga minha. –
Respondi.
- Certo, bom, sinto muito não poder esperar sua
amiga com você, mas eu preciso resolver algumas coisas da banda.
- Tudo bem, eu entendo. Na verdade, eu meio que
te atrapalhei, não é? Olha desculpa de novo.
- Mary, você se desculpa demais. – Ele sorriu. –
Enfim, até qualquer dia.
- Até. – Acenei enquanto o garoto ia adentrando a
casa que estava logo atrás de mim.
Eu
ainda fiquei lá fora um pouco atordoada com o que aconteceu. Niall Horan era o
garoto mais bonito que havia visto, todas aquelas fotos da Ally não se
comparavam em nada com a beleza dele pessoalmente, aliás, muitas daquelas fotos
estavam editadas sem necessidade. Porque colocavam efeito em um rapaz que já
era... Perfeito? Suspirei com aquele pensamento e sorri comigo mesma e enquanto
eu estava pensativa, a neve caia delicadamente e graciosamente ao meu redor.
Notas
finais: Eu adorei este
capítulo, acho que será um dos meus preferidos. O que vocês acharam? Ah!
Vocês perceberam que eu mudei algumas coisas do blog? Agora para quem está
lendo e quem está começando a acompanhar a fic criei uma página só para ela,
vou postando os links dos capítulos assim não tem como se perder. Gostaram
das mudanças? Eu até que gostei, hahaha. Xx
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